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A Night at the Opera é o quarto álbum de estúdio da banda britânica de hard rock Queen, lançado em 21 de novembro de 1975 na Europa e em 2 de dezembro de 1975 nas Américas.

Com esse álbum, o Queen adotou uma sonoridade diferente comparada com seus discos anteriores, fazendo grande uso de um piano e de muitos outros instrumentos nunca experimentados pelo grupo até então. Canções como "You're My Best Friend" e "Bohemian Rhapsody" fizeram um enorme sucesso, sendo executadas em todos os concertos do grupo desde então, e ajudaram a divulgar o álbum inteiro. Apesar de que Freddie Mercury e Brian May, o vocalista e o guitarrista do grupo respectivamente, compuseram a maioria das letras, o baixista e o baterista, John Deacon e Roger Taylor, também contribuíram com canções próprias, e todos trabalharam igualmente no arranjo das melodias. "Bohemian Rhapsody" é a canção mais inovadora do disco, dividida em três partes e sem refrão, a faixa mescla rock e ópera e foi recebida com descaso pela gravadora do grupo, que não acreditou em seu sucesso devido a sua estrutura, mas, assim que foi lançada, fez grande sucesso nas paradas e tornou-se a marca registrada da banda. Todo o instrumental do álbum foi gravado separadamente por cada membro do grupo em diferentes estúdios, e a capa foi obra de Freddie Mercury.

O Queen usou uma grande variedade de instrumentos para gravar A Night at the Opera e conseguir os estranhos sons que eles imaginaram para as canções. Para direcionar Brian May sobre como gravar as guitarras para suas canções, Freddie Mercury desenvolveu todo o instrumental em seu piano e os gravou em fitas demo, depois as repassando para May conduzir seu trabalho, como foi no caso de "Death on Two Legs (Dedicated to...)" e "Bohemian Rhapsody". "Death on Two Legs" possui uma letra agressiva e raivosa, e May revelou que chegou a se sentir desconfortável em ter de cantar algumas partes enquanto criando os vocais de apoio ao lado de Roger Taylor. Para gravar o disco, Mercury usou um piano Bechstein que ele veio a usar durante a subsequente turnê no Reino Unido. Taylor gravou toda a versão original de "I'm in Love With My Car" em sua casa, incluindo a guitarra, e quando ele a levou para o resto da banda, May inicialmente achou que fosse uma piada dele devido a sua estrutura simples, depois regravando a faixa usando sua tradicional guitarra Red Special, mas Taylor se manteve no vocal principal.


A gravação de "You're My Best Friend" gerou uma pequena discórdia entre o grupo, pois para criar o efeito elétrico que John Deacon queria, era necessário o uso de um piano elétrico Wurlitzer, e Mercury se recusou a tocá-lo, com o próprio Deacon tendo que gravá-lo, mais tarde sendo mostrado tocando o piano na vídeo promocional da canção. May gravou o vocal principal de "39", tocando também violão e uma guitarra levemente acrescentada ao fundo para ditar o ritmo, com Mercury e May cantando em diferentes tons para criar o apoio vocal, incluindo um tom falseto de Taylor, que ele havia usado e gostado anteriormente em faixas antigas como "The March of the Black Queen" e "Father to Son". "Sweet Lady" foi gravada com maior dificuldade pela banda, uma das mais complicadas segundo Taylor, e May também teve de tocar sua guitarra de forma mais rápida que o comum, e seu solo mais tarde foi usado ao vivo para tocar a versão rápida de "We Will Rock You".

Aos cinquenta e um segundos de "Seaside Rendezvous" apresenta o início de uma seção vocal sombria que Mercury e Taylor gravaram usando unicamente suas vozes e as destorcendo na mixagem, eles usaram suas vozes para imitar um série de instrumentos diferentes, incluindo um clarinete por Mercury e uma tuba por Taylor. Ao fim, a canção apresenta uma seção de ritmo mais dançante que Mercury gerou na mea de mixagem batendo dedais em cada dedo de suas duas mãos.

 

"The Prophet's Song" também possui uma longa seção vocal na qual as vozes de Mercury, May e Taylor foram sobrepostas e distorcidas para criar um efeito psicodélico, semelhante a edição vocal feita para "Bohemian Rhapsody". Os longos solos que encerram a faixa foram conseguidos por May gravando o som de sua guitarra em três gravadores diferentes e depois os sobrepondo, com alguns segundos de atraso entre si. Em "Love of My Life", Mercury criou todos os vocais e tocou um piano clássico mais em evidência, e May tocou um violão Gibson Hummingbird assim como sua guitarra Red Special dependendo da sessão, e também acrescentou um som de harpa ao final após convencer Mercury de que era uma boa ideia. May cantou todos os vocais em "Good Company", ele compôs a faixa usando um e tambem usou um banjo, mas a gravou usando um autêntico ukelele havaiano. "God Save the Queen", que encerra o disco, é o hino nacional britânico, e está presente no disco como uma peça instrumental que May gravou em 1974 originalmente ao piano, depois adicionando a guitarra, ditando um ritmo próprio e criando um rearranjamento quanto a melodia original.

 

De acordo com Chris Smith, amigo de Mercury, ele começou a desenvolver "Bohemian Rhapsody" no fim da década de 1960, sempre tocando as mesmas notas repitidamente ao paino, que mais tarde tornaram-se a introdução da canção; só para essa faixa foram usandos quatro estúdios diferentes e devido à sua natureza elaborada, ela foi gravada em várias seções, e a junção foi realizada usando a batida da bateria para manter todas as partes sincronizadas. May, Mercury e Taylor cantaram suas partes vocais continuamente de dez a doze horas por dia, depois as sobrepondo para criar o efeito de um coro de fundo inteiro, e algumas seções de mixagem exigiram mais de cento e oitenta overdubs separados. Já que os estúdios da época ofereciam fitas analógicas com apenas vinte e quatro canais, foi necessário que os três gravassem a si mesmos muitas vezes e então juntassem tudo em sucessivas submixagens, e no fim foram usadas fitas de até oitava geração. As várias seções de fita contendo as submixagens desejadas tiveram que ser cortadas com gilete e então montadas na sequência correta usando fita adesiva.

Há muito mistério envolvendo a inspiração que levou Mercury a criar a letra de "Bohemian Rhapsody", já que ele nunca a explicou totalmente; Brian May apóia sugestões de que a música possui referências veladas a traumas pessoais de Mercury, relembrando que "Freddie era uma pessoa muito complexa: irreverente e engraçada no exterior, mas escondia inseguranças e problemas com sua vida e sua infância. Ele nunca explicou a letra, mas eu acho que ele colocou muito de si mesmo naquela música." May, entretanto, diz que a banda concordou que o ponto central da letra era um problema íntimo do compositor. Ao fim, "Bohemian Rhapsody" tornou-se o single mais caro produzido até então, e ainda é vista como uma das gravações mais elaboradas na história da música popular

 

"Death on Two Legs (Dedicated to...)" foi alegadamente escrita por Freddie Mercury em referência ao antigo empresário do grupo, Norman Sheffield; nela, Mercury descreveu toda a raiva que sentia quanto ao modo que Sheffield agiu com o grupo, e mesmo não havendo nenhuma referência direta a ele, o ex-empresário tentou processar o grupo por calúnia tão logo o disco foi lançado, mas o processo nunca foi levado adiante. "I'm in Love with My Car" foi composta por Roger Taylor inspirado em ums dos técnicos do grupo, Johnathan Harris, que possuía um carro Triumph TR4 e o chamava de "o amor de sua vida". Brian May diz ter escrito a letra de "39" do ponto de vista de astronautas explorando o espaço, mas muitas especulações foram feitas pela mídia a respeito de qual seria a verdadeira inspiração da canção; popularmente, acredita-se que a canção faz alusão a Segunda Guerra Mundial, já que o título "39" lembra o ano de "1939", quando o conflito começou. May escreveu "The Prophet's Song" inspirado em um sonho que ele teve quando estava doente em 1974, tendo sonhado com uma grande enchente devastando a Inglaterra, sendo que, alguns dias depois do sonho, algumas dezenas de pessoas morreram em uma pequena enchente que ocorreu em Londres.

 

John Deacon fez sua primeira composição própria para esse álbum, criando "You're My Best Friend" em homenagem a sua esposa, Veronica Tetzlaff. Mercury compôs "Love of my Life" como uma homenagem a Mary Austin, sua namorada na época, e apesar da letra passar a sensação de amargura, Mercury sempre declarou que a canção foi sua forma de agradecer a Austin por todo apoio que ela sempre lhe deu. "Good Company" foi escrita por May em um tom narrativo, como se estivesse sendo contada por um idoso que, quando jovem, foi aconselhado por seu pai a "cuidar daqueles que estão por perto, e manter boas companhias"; a princípio, o homem segue o conselho, faz muitos amigos e se casa, mas conforme envelhece, ele perde o interesse na esposa e todos os seus amigos lhe abandonam, levando-o a se focar no trabalho; por fim, sua esposa lhe abandona e, ao fim da música, ele lamenta por não ter mais ninguém ao seu lado.

 

Há muito mistério envolvendo a inspiração que levou Mercury a criar a letra de "Bohemian Rhapsody", já que ele nunca a explicou totalmente; Brian May apóia sugestões de que a música possui referências veladas a traumas pessoais de Mercury, relembrando que "Freddie era uma pessoa muito complexa: irreverente e engraçada no exterior, mas escondia inseguranças e problemas com sua vida e sua infância. Ele nunca explicou a letra, mas eu acho que ele colocou muito de si mesmo naquela música." May, entretanto, diz que a banda concordou que o ponto central da letra era um problema íntimo do compositor. 

 

"God Save the Queen" é o hino nacional britânico, rearranjado por May e gravado por ele com sua guitarra em homenagem a Rainha Elizabeth II, já que ele e Mercury sempre tiveram muito respeito quanto a família real britânica.

 

A Night at the Opera também foi um sucesso de crítica, e é hoje considerado um dos maiores clássicos do rock and roll. Stephen Thomas Erlewine, do Allmusic, escreveu que o álbum é um "icônico marco dos anos 70", dizendo que é como a versão do Queen para o Led Zeppelin IV, mas que enquanto Robert Plant "celebra a obscuridade", Freddie Mercury optou por cantar com "majestade". Kris Nicholson, da revista Rolling Stone, escreveu que o que mais impressiona é a "facilidade com que o Queen põe tantos estilos juntos em harmonia". No Melody Maker, John Grat descreveu o álbum como "muito forte" e recomendou aos ouvintes que "o colocassem no último volume e aproveitassem", enquanto Marck Nutts, da BBC, escreveu que o Queen demonstrou ter um potencial "ilimitado" com esse disco, apontado por ele como "o ponto alto de 1975".

 

                                                                                                                                                                             Fonte: Wikipédia.

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